Quando estavamos caminhando pela feira do Bairro de Fátima, no Centro do Rio de Janeiro, um cântico chegou aos nossos ouvido e aguçou a nossa curiosidade. Não era só mais um anuncio de preço, mas sim um canto com graça, ritmo e bem simpático que se destacava no meio do burburinho da feira. Banana Prata só paga dois reais..... Não era o preço, pois é o mesmo em todas as bancas, mas era o canto e o carisma do vendedor que atraia muitos clientes. Ele vende muito mais que seus concorrentes. Fica a duvida: Será que o consumidor/publico prefere um vendedor/ator mais convidativo e espontâneo ou introspectivo e sisudo?
Procurando algo na oralidade e sonoridade que desperta-se a noss atenção. Andamos por boa parte da feira, até que um canto chamou a atenção. De longe se ouvia: Banana Prata só paga R$ 2,00... Não era só mais uma divulgação de valor ou mercadoria, não. Era uma musicalidade diferenciada do burburinho da feira. Um canto alegre ritmado e simpático. Percebemos que a barraca estava cheia e o feirante (Luis Carlos), estava atendendo a todos os clientes com a mesma simpática, ritmo e agilidade da musica. Ele só para de cantar para saber quantas dúzias o cliente vai levar. Logo em seguida volta a cantar e improvisar suas rimas, versos e seus bordões com seu inglês todo particular. Ele vende muito e não para de cantar, brincar, rimar e atender em nenhum momento. Reparei que os outros vendedores de banana não são muito comunicativos e em sua maioria são sisudos. E em contra ponto, pelo mesmo preço, Luis Carlos está sempre de bom humor, sorridente e com uma energia inquietante que irradia e contagia seus clientes. Não podemos deixar de perceber que a tradição dos brados, cantorias e rimas estão se perdendo. A função espetacular da feira está perdendo espaço para a comercialização dos produtos, sem a relação com os moradores do bairro, sem a menor atração ou sedução cênica ou afetiva. A venda e o anuncio agora é só do preço e do produto. As feiras estão perdendo espaço para as lojas de hortifruti e por isso os feirantes estão se afastando de suas tradições. Ainda é o espaço para a venda de hortifrutigranjeiro, porém somente a venda sem nenhuma relação com o passado ou com o espetacular. E quando eu que pesquiso ou vou comprar na feira, não estou me importando com o preço, pois quase todas as barracas trabalham o mesmo preço de venda. O que gera a tração é o que chega aos ouvidos do comprador/pesquisador e o eleva até a barraca para comprar e sair com a sensação de que vez a melhor escolha. Fica a duvida Tostines: Será que ele vende mais porque canta ou o canto dele que faz ele vender mais? Olha a banana prata, só paga R$2,00.......
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